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terça-feira, 26 de maio de 2009

A vida de uma criança da Aldeia

Tinha como hobby trepar às árvores e retirar os ovos dos ninhos que os passarinhos tinham posto ali com muito cuidado.

A mãe bem lhe dizia: António sai aí de cima , olha que um dia cais e partes a cabeça!
Ora, entrava por um ouvido e saía pelo outro.

Todos na aldeia sabiam que o António era o mais teimoso e mal comportado!

Na escola, o professor, raro era o dia que não lhe dava umas palmatoadas.

Não queria aprender nada na escola, pois a rua e o campo eram os seus mestres.

Conhecia todos os pássaros, sabia todos os seus nomes. Também conhecia toda a espécie de caça

principalmente os coelhos, pois até os apanhava à mão. Nesses dias, a mãe tinha algo para jantar

e então o António era muito elogiado pela família que era numerosa; todos os outros rapazes não

se juntavam ao António . Eram avisados pelas respectivas mães que não podiam andar com o

ele porque não era boa companhia. Coitado do António pagava pelas que fazia e pelas que não fazia!

Um dia, apareceu um vidro da escola partido, e quem foi? O António, pois claro!

O professor chamou-o ao quadro e no meio da aula replecta de alunos ordenou-lhe que esticasse as mãos; o António ainda tentou escondê-las atrás das costas, mas o professor figura muito alta e com muitas aulas dadas a muitas gerações, agarrou nas mãozitas do rapaz e deu-lhe mais meia dúzia de reguadas em cada mão!

Não sais daqui , grita o professor, vais ficar em pé virado para os teus colegas até a aula acabar.

Os colegas riam-se tapando a boca para o professor não reparar.

O Varela ria-se e dizia para os outros: fui eu que parti o vidro , mas foi bacano ele levar!

Naquele dia o António disse à mãe que não queria voltar à escola. Tens que ir meu filho, olha para a tua irmã Maria que é a melhor aluna e gosta de andar na escola.

Pele noitinha, o sr . Marques, pai do António dava-lhe conselhos: filho, não queiras ter o destino que eu tive, comecei a trabalhar muito cedo e acabei por não aprender a ler!

Mas pai, o professor bate-me por tudo e por nada!

Amanhã vou falar com o professor. Não vale a pena pai, ele não vai compreender!

António faltou à escola e como não apareceu em casa , a mãe foi saber o que se passava.

As piores informações recebeu a senhora Maria.

Não pode ser senhor professor: o meu filho é como os outros.

Olhe senhora Maria, o melhor é a senhora pôr o seu filho a trabalhar com o pai e tirá-lo da escola!

António nunca mais foi à escola, mas a sua reputação andou sempre como andava.

Continuava a assaltar ninhos e com os ovos a mãe cozinhava-os para comerem.

Não ia com o pai, pois trabalho não havia para ele quanto mais para um rapaz daquela idade.

Um dia, apareceu um rapaz com a cabeça partida , dirigiu-se ao professor e acusou o António.

Este, mandou-o chamar , pediu-lhe as mãos e por mais que o rapaz gritasse mostrando a sua inocência, o professor não resistiu.

O causador daquela acto não parava de rir , e quando saíram, o António deu-lhe tantas que ele nem respondeu.

Sabendo o professor do acontecimento, mandou chamar os dois e soube que afinal o António era inocente. Convidou-o a voltar à escola mas este recusou. Também ficou a saber que o vidro da janela tinha sido o Varela quem o partiu.

António continuou a viver sem amigos, mas avida do campo era tudo para ele. Além dos pássaros também conhecia todas as espécies de árvores . Era com elas que gastava todas as suas energias, comia dos seus frutos e levava para casa.

Cresceu e continuava a não ter amigos.

Como ele andava sempre na rua, algumas senhoras mais abastadas pediram ao António senão se importava de lhes fazer alguns recados

E assim começou o António a ser moço de recados. desempenhava muito bem e com alguma vaidade o seu novo ofício.

Um dia, os seus antigos colegas de escola com muita inveja, resolveram pregar-lhe uma partida.

Esperaram por ele à saída da mercearia e tiraram-lhe tudo o que ele levava.

Por mais que o António chorasse e jurasse o que tinha acontecido ninguém o acreditava.

Mais uma vez o professor o chamou à escola e lhe pediu as mãos.

Ao mesmo tempo que chorava e dizia que estava inocente o professor não acreditou, e o castigo veio em seguida.

Os colegas não se cansavam de rir e por uma coisa que não fez, as senhoras da aldeia prescindiram dos seus serviços.

Voltou ao campo para junto das árvores suas amigas.

Mas nem tudo é azar na vida de uma pessoa.!

Uma vizinha que tinha presenciado o roubo das coisas que o António tinha ido comprar para a senhora dona Mariana e embora o seu filho estivesse metido no assalto, encheu-se de coragem e foi falar com o professor.

Bom dia senhor professor, disse; Bom dia senhora Joaquina, deseja alguma coisa?

Desejo sim, senhor professor.

Meninos podem sair para a senhora Joaquina falar comigo,

Não , senhor professor , eu quero que os seus alunos me oiçam.

Com um aceno os alunos voltaram a sentar-se.

Senhor professor, há já algum tempo que era para vir aqui falar-lhe, mas havia algo que me dizia para não vir.

Diga senhora Joaquina, diga.

Então lá vai, lembra-se daquelas palmatoadas que deu ao António por este ter tirado as compras à senhora dona Mariana?

Sim. E o que tem a senhora Joaquina com isso?

Tenho sim senhor professor, é que não foi ele.

Neste momento os alunos coraram todos ao mesmo tempo!

Não foi ele? Não, não foi.

E quem foi? O meu filho, e os outros.

Como sabe? Eu estava à janela e vi. E só agora é que vem dizer?

Senhor professor eu não disse porque o meu filho está metido nisto, e depois de tanto pensar achei que o António não podia ser mais castigado por coisas que não fêz.

Então meninos o que dizem? Todos se calaram. Se calhar não foi o António que partiu o vidro e nem partiu a cabeça ao Julião!

Se ninguém se acusar vão todos apanhar o respectivo castigo.

Como ninguém se acusou, o professor deu meia dúzia de palmatoadas a cada aluno.

Na aldeia, toda a gente ficou a saber que afinal o António não era o pior de todos.

Dona Mariana ficou a saber do sucedido e passou a confiar novamente no António, assim como todas as outras senhoras.

O professor ainda tentou que o António voltasse de novo à escola, mas este quis continuar como moço de recados.

Aos colegas da escola, António esqueceu-os!

domingo, 3 de maio de 2009

Novamente o dia da Mãe

3 /05/09

Sabes que para mim é sempre o dia da mãe, pois nunca te esquecerei. O que estás a fazer neste momento`? Por acaso tens a teu lado o meu pai e a minha avó Teresa? Que saudades que tenho vossas!
Diz a eles para me protegerem, já agora também aos meus filhos e netos.
Quando for para onde vocês estão, eu farei o mesmo.
Sabes que o António tem estado doente, mas não o leves para aí já porque ele vai ser bisavô deixa-o gozar este privilégio mais algum tempo. Eu gosto muito dele, é o meu irmão preferido porque nunca me abandonou, e tu sabes bem.
Mas, também podes proteger os outros.
A Geninha está contigo? Diz-lhe que tenho tentado conviver com as suas filhas, que são fantásticas.
O Zé também não vai muito bem, mas deve-se em parte ao desmazelo dele.
Tenta convencê-lo ir ao médico.
Já viste a minha Dianinha, é linda, dizem que tem ares a mim, também podia sair a outra pessoa mais bonita!
Sempre disseste que eu não era nada bonita, mas já estás perdoada.
Vou acabar, quero que me recomendes a toda a nossa família, mas principalmente à minha querida avó Teresa.
Saudades para todos e que o meu pai resolva aquele problema que ele sabe qual é. o mais rápido possível.
Continuarei a pedir por vocês a Deus para que a vossa estadia seja a mais calma e cheia de luz.
Até um dia.
Maria