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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A lágrima

A lágrima que te vi chorar / com tanta dor e tristeza, / estive para a apanhar, / mas se ela rolou não foi por mim de certeza.

Há muito que por mim não choras, / também eu não merecia / até já não sei onde moras, / tudo se apagou naquele dia!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

S. Martinho

S. Martinho passou um dia
à porta da minha aldeia,
trazia barriga vazia
e na mão uma candeia.

Ao passar por uma porta
logo esta se abriu,
S. Martinho ajoelhou-se
e alguém lhe sorriu.

Pão e amoras foi servido,
e a fome saciou,
S. Martinho agradecido
a minha aldeia abençoou.

Na hora da despedida,
agradeceu as maneiras,
À aldeia deu o seu nome,
e de tanta amora comer
acrescentou, Amoreiras.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

The new jet set

O vestido que tu usas
todo feito de organdim,
não consegue tapar
o veneno que há em ti.

Teu chapéu de cambraia,
a dizer com o vestido,
mas se te cai a saia,
mostra logo o umbigo.

Não é por bem trajar
um vestido de cambraia,
que tu serás melhor
do que quem tem só uma saia.

Os teus sapatos altos,
também de seda forrados,
se cais, partes os saltos,
mostras teu pés calejados.

Anda, veste normalmente,
não gastes tanto dinheiro,
nem sempre o mais caro
é o que fica em primeiro.

Desce desse pedestal
e põe os pés no chão,
em vez de ricas sedas
utiliza o algodão!

A tua imagem

Desço as escadas da minha rua,
olho em redor e nada vejo,
fecho os olhos, vejo a lua.
Paro e escuto a noite.
Oiço vozes ao fundo,
mas a tua voz não está lá.
Acordo e vejo o mundo,
a lua já se apagou,
as vozes já se calaram,
o dia já acordou,
subo de novo as escadas
e a tua imagem
por mim, não passou.!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Para ti Odemira

Meu concelho é Odemira
foi lá que eu nasci,
por isso não admira
que fala tanto de ti.
Como Concelho és o maior
que existe em Portugal,
viajando por ti em redor
vejo belezas sem igual.
Tens o Mira como filho
á tua porta ele passa,
rega o trigo mais o milho,
e vai deixando a sua graça.
Suas lágrimas são caudais,
que pelo Alentejo correm,
para trás não voltam mais,
umas nascem outras morrem.
Pelo caminho vai regando
os campos seus vizinhos,
a todos cumprimentando,
e acena aos passarinhos.
Quando do mar se aproxima,
pede a este um desejo,
não desvies o meu caminho
porque sou do Alentejo!

domingo, 19 de outubro de 2008

Quando te deixei Alentejo

Quando te deixei Alentejo,
não sabia o que era a saudade,
agora que o tempo passou
posso dizer de verdade
que a saudade em mim morou!

Alentejo tão grande e distante,
ensinaste-me o que era a saudade,
ao deixar -te desconhecia
que a saudade é fogo que arde
juntamente com a nostalgia!

Sinto saudades dos teus campos
das searas de louro trigo,
das águas frescas das fontes
de alguém, de um amigo
que deixei nesses teus montes.

Até do sol tenho saudades,
e das cantigas que aprendi,
foste tu que me ensinaste
que quando o Alentejo canta
é a saudade que mora em ti!

Serias tu Alentejo
com os teus mornos cantares,
anda diz-me a verdade,
não vale a pena ocultares,
inventaste a Saudade?

Subi serras

Subi serras, escalei montes
parei para escutar
as melodias das fontes
só para te abraçar.

Do alto do teu castelo
no centro o casario,
aos teus olhos o mais belo
são as searas no Estio,

Crescem verdes e douradas,
são elas que nos dão o pão,
por ti são abençoadas
linda princesa de Marvão.

Marvão és a vigia
do alto do pedestal,
guardas noite e de dia
as terras de Portugal.

Também és terra raiana,
não te enchas de vaidade,
sê sempre Alentejana
não percas a nacionalidade.

Dedicado a Marvão ( Estou no meu meio )

Por ti passei um dia,
visitei e subi ao teu castelo,
cumprimentei -te e sorriste ,
a tua mão apertei
mataste a minha sede ,
talvez não me visses,
eu era ninguém no meio de tanta gente.
fazia calor,
na sombra das tuas árvores me refresquei.
Pisei as pedras da tua calçada, sorriram,
contaram-me a tua história,
oh, como é bela!
Por ti fiquei enamorada,
Afinal Alentejo é isto,
suas belezas, campos de louro trigo,
papoilas a balançarem no seu seio.
Finalmente eu digo;
obrigada Marvão,
estou no meu meio!

Eu quero estar

Eu quero estar num monte / não quero aqui estar / beber a água da fonte / p/ra meus males lavar.
Não quero estar aqui / no meio da poluição / no lugar onde nasci / é que está minha paixão.
Lá no alto no altinho / é onde eu quero estar,/ naquele monte, no montinho / quero os meus males curar.
Há uma fonte correndo / pela serra verdejante, / e nela vai bebendo / o mais triste caminhante.
Suas águas o consolam / e força lhe dão de novo / a esta fonte esmolam / as alegrias deste povo.
Eu quero daqui partir / o meu último desejo, / deixarei de sorrir / senão voltar ao Alentejo.